Sistema de escrita baseado na grafia usada pelos povos paleo-hispânicos da Península Ibérica, antes da imposição do alfabeto latino. Desenvolvido para ilustrações e elementos gráficos de Tiriana, projeto de RPG. Uma partezinha dele tem inspiração ibérica, daí a escrita específica.
Dentro do cenário, o sistema é chamado comumente de “ismalino”, devido à sua mítica criadora, Ismália. Também chamado de “escrita auretana” devido à sua origem em Auretânia, além do Mar. Quando o povo de lá chegou em terras tirianas, se dividiu em duas grandes viagens, e a cisão também mudou a aplicação da escrita, a forma e o uso de algumas letras.
Por ser um sistema irregular, muitos símbolos são lidos de forma diferente dependendo do contexto: é comum que se use BA para representar apenas B, por exemplo, ou então usar J para representar JA.
Os castanhos, que vivem na Tiriana continental, costumam usar a escrita em xilogravuras e cordéis. Eles têm as formas mais irregulares de muitas letras, devido ao contato intenso com outros povos da região.
Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam
Das naus às velas côncavas inchando;
Da branca escuma os mares se mostravam
Cobertos onde as proas vão cortando
Assim fomos abrindo o chão dos mares,
Que geração alguma não abriu,
As novas ilhas vendo e os novos ares
Com os olhos no Oriente
Pelo novo astrolábio
Mawaca — Largo Oceano (adaptado de Os Lusíadas)
No arquipélago de Ebra, no oeste tiriano, os descendentes de Auretânia tentam manter o legado de sua terra natal, e pouco variam no estilo e nas aplicações da escrita — que é vista com frequência em azulejos e outros ornamentos de vias públicas.
Dizem que uma sombra escura
Com duas pontas na testa
Por donde o Donzel caminha
Ao lado se manifesta.
O Doutor vela de sebo
Sinal dos magos errôneos
Lume lúgubre da morte
Lampadário do demônio
Renata Rosa — A Marcha do Donzel
Tiriana ainda está em desenvolvimento, e escrevo sobre o projeto lá no Encontros Aleatórios.